Igualdade de gênero na engenharia. Qual o papel do homem? - Vinicius Marchese
Igualdade de gênero na engenharia. Qual o papel do homem?

Ao longo da nossa vida e de todas as construções sociais que nos deparamos com o passar dos anos, muitas mudanças aconteceram e continuam acontecendo. As ideias evoluem, tabus são quebrados e, principalmente, entendemos a importância de equiparar oportunidades. Mas, se muitas das vezes não estamos inseridos no papel de minoria, ou seja, não entendemos as dores na prática, qual a nossa função na promoção da igualdade?

Hoje, no Dia Internacional da Mulher, é preciso refletir também qual o papel dos homens para que a igualdade de gênero seja um processo cada vez mais rápido. Na engenharia, por exemplo, em todo o país são atualmente 960.888 engenheiros registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Desses, cerca de 18% são mulheres. Entre os anos de 2016 e 2018, o número de engenheiras registradas cresceu 42%.

Como fazer com que esse número continue crescendo? E mais! Como contribuir para que as mulheres estejam também em postos de liderança, gestão e comando? Primeiro, precisamos entender que uma luta que contribui para uma sociedade mais justa não pode ser apenas de um grupo, mas de todo o coletivo. Estimular mulheres na área da tecnologia e engenharia é buscar um mundo mais desenvolvido, inovador, pensante e inteligente. Afinal, transformação se faz com pessoas. Sejam elas, homens ou mulheres.

Desmistificar estereótipos e promover a representatividade dentro da nossa categoria é fazer com que tenhamos mais projetos sendo gerados em todos os campos da sociedade. Se a engenharia move a humanidade, ela também precisa acompanhar as novas formas de pensamento.

Como homens, é necessário que estejamos dispostos a compreender que esse cenário sempre foi muito cômodo para nós. Afinal, em nenhum momento da história nós precisamos gritar para que ouvissem nossa voz. Pode parecer clichê, mas se colocar no lugar do outro é o primeiro passo para entender que vivemos em uma cadeia social privilegiada. A mudança começa com pequenos passos. Ouvir é um deles. Não ser conivente com atitudes e falas sexistas, outro passo. Estimular meninas, adolescentes e mulheres a ingressarem em ambientes que por muito tempo foram majoritariamente masculinos, outro. Qual destes passos você vai dar hoje?

Eng. Vinicius Marchese

Presidente do Crea-SP@viniciusmarchese